Afinal, como é o tratamento para depressão?
Todo mundo já teve um dia ou uma semana ruim, na qual se sente triste, cabisbaixo, sem motivação. Decerto, sentir-se “para baixo” é uma oscilação de humor normal e esperada, que não requer muita preocupação. O problema é quando a sensação começa a se tornar constante e intensa, uma indicação de que a pessoa pode estar enfrentando uma depressão.
Atualmente, a depressão é um problema de saúde que todos conhecem, mas que poucos sabem a fundo o que ela realmente é e como pode ser tratada. Devido a importância do tema, elaboramos este texto para falar sobre o tratamento de depressão e outras questões sobre o assunto. Acompanhe!
O que é a depressão?
A depressão pode ser caracterizada como um distúrbio emocional que causa uma tristeza profunda, associada a perda ou diminuição do interesse e prazer pela vida, bem como o sentimento de angústia e prostração. Do mesmo modo, a pessoa pode apresentar também falta de apetite, distúrbios do sono e oscilações do humor. Em um nível mais grave, leva a pensamentos e atitudes suicidas.
É importante destacar que a depressão é diferente de tristeza, apesar do que muitos pensam e falam. A tristeza é uma emoção comum que afeta todas as pessoas em diversos momentos. Já a depressão é um estado patológico e exacerbado, além de durar por tempo mais prolongado.
O problema é considerado uma doença que causa alterações nos mediadores bioquímicos envolvidos na condução dos estímulos nervosos por meio dos neurônios. Para que você entenda melhor, veja como funciona o impulso nervoso em uma pessoa sem depressão:
- entre um neurônio e outro há um espaço livre chamado sinapse, isto é, um neurônio não toca no outro;
- esse espaço é fundamental para a troca de substâncias, íons e correntes elétricas, essenciais para o impulso nervoso;
- a transmissão do impulso nervoso de um neurônio para o outro depende da troca dessas substâncias, os neurotransmissores.
Uma pessoa com depressão tem um comprometimento dos neurotransmissores responsáveis por fazer o cérebro funcionar de maneira normal. Normalmente, há uma grande diminuição na quantidade dessas substâncias.
A depressão pode ser classificada de acordo com o seu tipo:
- Episódio depressivo: quadro de depressão mais curto (até 6 meses) sem uma grande intensificação dos sintomas;
- Depressão profunda: episódios depressivos recorrentes ou quadro que se estende por mais de 6 meses com intensificação dos sintomas;
- Depressão bipolar: fases de depressão dentro do transtorno bipolar, no qual a pessoa alterna períodos depressivos e períodos de mania;
- Distimia: forma crônica de depressão que dura mais de 2 anos, porém com os sintomas mais leves;
- Depressão pós-parto: ocorre logo após o parto e está relacionada principalmente com a mudança hormonal do período.
Como é o tratamento de depressão?
Existem diversas maneiras de tratar a depressão, de acordo com o seu tipo, gravidade e características específicas da pessoa que passa pelo problema. Antes de tudo, a pessoa precisa reconhecer que tem o problema, para assim procurar ajuda de um especialista.
É preciso que as pessoas reconheçam que a depressão é uma doença como outra qualquer, o que significa que ela requer acompanhamento de saúde, por psicólogos e psiquiatras.
Citamos a seguir as modalidades de tratamento.
Acompanhamento psicológico
A psicoterapia é um ponto muito importante para todas as pessoas com depressão. Por isso, recomenda-se o acompanhamento com psicólogo ao longo de todo o tratamento e até após a resolução do problema. O terapeuta ajuda a pessoa a aceitar, entender e lidar com os sentimentos de tristeza.
Além disso, ele pode auxiliar a pessoa na identificação dos fatores que desencadearam a depressão e os pontos de apoio e suporte que ela tem na vida. Em casos mais leves, somente a terapia pode ser o suficiente para tratar o problema.
Medicamentos
Os casos mais graves e/ou prolongados de depressão exigem o acompanhamento com psiquiatra para a prescrição de medicamentos. De forma geral, os medicamentos antidepressivos aumentam a oferta de neurotransmissores, para estimular o cérebro da pessoa a voltar a sua condição “normal” química.
Existem mais de 30 antidepressivos disponíveis, e a escolha é feita pelo médico especialista de acordo com as características do paciente, bem como da crise depressiva. Ao contrário do que muitos pensam, a medicação não vicia, não incapacita e não entorpece o paciente.
Alguns outros medicamentos — como ansiolíticos e estabilizantes do humor— podem também ajudar no controle da doença.
É muito importante que o paciente siga a recomendação do psiquiatra quanto ao início do uso do medicamento, manutenção da dose e parada do uso. Fazer alterações no uso da medicação por conta própria é perigoso e pode até piorar os sintomas da depressão.
Prática de exercícios físicos
O outro grande pilar do tratamento da depressão é a prática de exercício físico. Pode parecer bastante difícil para uma pessoa deprimida sair de casa para ir se exercitar, mas os benefícios da prática podem ser muitos. Pesquisas apontam que se exercitar pode ajudar a diminuir os sintomas da doença até pela metade.
O exercício traz sensação de bem-estar geral, distração e convívio social, além de liberar substâncias como a endorfina e serotonina — neurotransmissores importantes.
Outras atividades que ajudam no tratamento da depressão são:
- estar perto de quem se ama;
- evitar o consumo de álcool e uso de drogas;
- manter um período de sono satisfatório;
- adotar uma alimentação equilibrada.
Como prevenir o problema?
Assim como qualquer outra doença, existem algumas medidas que podem ajudar a prevenir a depressão. O primeiro passo é buscar aprender a gerenciar o estresse e as emoções do dia a dia. Compartilhar com alguém a própria experiência, sentimentos e dificuldades também pode ajudar.
Da mesma forma, ter acompanhamento psicológico desde sempre ajuda muito nesse processo e apoia a pessoa em momentos mais difíceis, que poderiam contribuir para o surgimento da depressão se não manejados da melhor maneira. Não é preciso esperar o problema aparecer para buscar uma terapia. Ela pode trazer benefícios em todos os momentos da vida.
Outra maneira de prevenir a doença é cuidando do próprio corpo. Um organismo saudável reflete numa boa saúde mental, e por isso vale a pena investir em formas de se manter saudável. Alimentação balanceada, prática de atividade física, atividades de relaxamento (ioga, meditação).
Por fim, vale lembrar que a depressão precisa ser encarada como um problema de saúde sério, que exige atenção e que “não passa sozinho”. O tratamento de depressão é baseado no acompanhamento por profissionais de saúde especialistas, seja para a realização de terapia, seja para a prescrição de medicamentos. Esse manejo adequado é o que ajudará a pessoa a enfrentar a doença e se recuperar.
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